quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O custo da indiferença Fonte: Jornal o mundo jovem. Fev/2010


Quando é verdadeira, quando nasce da necessidade de dizer, a voz humana não encontra quem detenha... Porque todos, todos, temos algo a dizer aos outros, alguma coisa, alguma palavra que merece ser celebrada ou perdoada pelos demais.” ( Eduardo Galeno)  -  O controle social das políticas e sobre atos políticos e administrativos ainda é um passo a ser dado para o aperfeiçoamento da democracia. Em tempos avançados tecnologias, os portais de transparência são uma tímida tentativa de tornar visível a forma como o dinheiro publico é aplicado. Disponibilizar informações sobre as estruturas publicas não é suficiente para superar a apatia e o descrédito da população na política. Não é suficiente para superar a apatia e o descrédito da população na política. Somente com instrumentos de participação direta nas decisões sobre as políticas e investimentos apontaremos para uma democracia participativa, superando os problemas e vícios da democracia representativa.
                Descrença na política – Quem de nós, sinceramente, ainda tem tesão para participar e envolver-se na política atual? Por que a política nos distanciou tanto da vida cotidiana, das necessidades de nossa gente?  Por que em nossas escolas tememos falar de política, mesmo que a educação seja neutra?
                Dos servidores públicos, efetivos ou da confiança dos políticos eleitos, a comunidade não espera que somente “batam ponto”. A comunidade espera que também despertem da apatia, prestando serviços e assistência que promovam a cidadania. Não serve a ninguém tanta decepção e descrença na política se é justamente ela que decide sobre a nossa qualidade de vida e nossa cidadania. O fenômeno da apatia política não é recente. No ano de 1917, no pequeno texto Os indiferente, Antonio Gramsci descreve que a indiferença “ é abulia, é parasitismo, é covardia, não é vida”. E complementa dizendo que não podem existir os apenas homens, os estranhos a cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão e partidário. O que acontece não acontece tanto porque alguns o queiram, mas porque a massa dos homens abdica de sua vontade, deixa de fazer, deixa enrolarem os nós que, depois, só a espada poderá cortar, deixa promulgar leis que, depois, só a revolta pode anular; deixa subir ao poder homens que depois, só uma sublevação poderá derrubar.
                Não basta votar – como cidadãos modernos e apáticos, transformamos democracia em ritual: o voto. A cada dois anos, somos consultados nas urnas sobre o rumo que os nossos governantes dão ao nosso município, ao nosso estado ou ao nosso pais. Dissemos, então, se queremos que os rumos da política mudem ou permaneçam como estão. Mas de qual política? Da política do bem comum ou da política dos interesses da classe política?
                Muitos já se cansaram de participar assim, esporadicamente. Cansaram, também, de assistir a teatros e encenações dos políticos pela televisão. Cansaram de ouvir discussões inócuas e oportunistas da situação ou da oposição. E não são oposição nem situação, são cidadãos e cidadãs, desejosos de participação.
                Essa tal indiferença é um fardo que não precisamos carregar. A democracia que queremos deve estar alicerçada no controle social , no debate democrático, no respeito aos direitos humanos e na liberdade de cada um organizar e reclamar as suas demandas de cidadania. Será esta a democracia moderna demais?

Atividades :
1-      Por que tantas pessoas são indiferentes politicamente?
2-      Quais as conseqüência da nossa indiferença política?
3-      O que podemos fazer nesse ano eleitoral para nos animar na participação política?
4-      E em nossa região como andam as atividades políticas em sua opinião?
5-      O que fazer para mudar a situação política brasileira?
6-     Porque o povo brasileiro é tão inexperiente quando se fala em política?

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